ESCRITA CRIATIVA
6 de novembro de 2020
Olá Elsa.
Nem sei muito bem o porquê de estar a escrever esta carta. Eu sei, eu sei, já ninguém escreve cartas hoje em dia. Mas eu gosto. E escrever para alguém é uma forma tão bonita de mostrar que gostamos da pessoa. É tão sincera e tão “despida” por mais metáforas que a cubram. Por isso hoje escrevo-te sobre a Lua.
A Lua é um satélite natural, iluminado pelo Sol. A minha mãe adora a Lua. Eu quase me chamei “Lua”. Tenho uma cadela chamada Luna. Luna é Lua em espanhol. E isto são factos. Mas eu não escrevo sobre factos, eu escrevo sobre a Lua.
Mais especificamente sobre a minha adoração por ela. Talvez tenha herdado isso da minha mãe, talvez não. Ou talvez seja pelo significado que tem para mim. Sempre gostei de observar a Lua e as estrelas. Quando era pequenina e andava de carro à noite, pensava que a Lua me perseguia e gozava com ela por não me conseguir apanhar. Quando comecei a crescer perguntava porque é que a Lua mudava de forma. Depois percebi que a Lua nunca me iria apanhar e que a forma dependia da sua fase. Foi quando soube a distância a que a Lua ficava da Terra que comecei a usar a expressão “Amo-te daqui até à Lua”. Isto foi só para te mostrar que há uma história por detrás da minha fascinação. Mas como estava a dizer a Lua tem um (no caso dois) significado especial para mim.
Eu sei que vou dizer uma coisa lamechas, mas a Lua e as suas fases mostram que tudo muda. E quando acontece alguma coisa má, sei quando olho para a Lua, que isso vai mudar e mesmo que não mude, vai passar. Sabes que eu costumava ter medo da noite por ser muito escura? Depois olhava para a Lua e sabia que nunca ia ficar totalmente escuro porque ela ficava lá, a “iluminar” a noite. Para que eu não tivesse medo. É por isso que eu adoro a Lua. Porque sempre esteve lá a “brilhar para mim”. Enfim, estou a divagar…
Um beijinho
Da tua amiga para sempre
Mariana Dordio
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